Foi apresentado no EnANPAD 2017 um trabalho de autoria das pesquisadoras Nereida Salette Paulo da Silveira, Darcy Mitiko Mori Hanashiro e Marie Françoise M.W.M.Pereira com o objetivo de identificar os vieses etaristas e a discriminação etária das práticas e políticas de gestão direcionadas à força de trabalho, percebidos por profissionais com idade acima de 45 anos e as possíveis ações organizacionais para reduzi-los.
O artigo relata a preocupação dos profissionais com a aparência física, pois parecer velho é, muitas vezes, motivo de exclusão do Mercado de Trabalho. Os homens percebem o envelhecimento de forma menos impactante do que as mulheres: para eles, muitas vezes a aparência de mais velho é associada a uma maior experiência ou sabedoria. Já para as mulheres, manter uma aparência jovial aparece como uma forte imposição social e o envelhecimento da aparência é pecebido como uma desvantagem e às vezes denota “perda de eficiência” no trabalho, como se o envelhecimento cognitivo fosse mais intenso.
A destreza digital tem sido relacionada com um envelhecimento bem sucedido ( Schreurs, Quan-Haase, & Martin, 2017) , aspecto que aparece nas falas reportadas neste estudo, onde o jovem é descrito como destro digital inato, por sua facilidade em lidar com tecnologias digitais. A ideia subjacente é: velho é aquele que não sabe usar a tecnologia.
As organizações pesquisadas não apresentavam políticas relacionadas à atração, retenção, manutenção e/ou motivação de profissionais mais velhos. Os únicos aspectos mencionados dizem respeito à questões relacionadas à Aposentadoria, em geral para facilitar a saída destes profissionais da empresa e nao favorecer a sua permanencia.
Por fim, um desafio para as empresas : o receio da apropriação de conhecimento por profissionais mais jovens em situações de treinamento para posterior ” descarte” dos mais velhos, em função da falta de politicas que promovam oportunidades para estes profissionais.