
Reinserção de Profissionais Mais Velhos no Mercado de Trabalho
Nos últimos meses, o debate sobre a reinserção dos profissionais mais velhos no mercado de trabalho tem ganhado destaque. Será que o etarismo está diminuindo no mercado de trabalho?
De um lado, relatos de profissionais que finalmente encontram uma oportunidade de recolocação após meses ou até anos de busca infrutífera. Esses profissionais compartilham histórias de alegria, novos significados na vida e aprendizados renovados.
De outro lado, empresas que se surpreendem com o sucesso dessa empreitada, jovens e seniors que se elogiam mutuamente, e histórias de superação que ganham espaço na mídia brasileira.
Um Novo Capítulo para os Profissionais Mais Velhos
Essa mudança de cenário reflete uma nova realidade no mercado de trabalho brasileiro. A inclusão de profissionais mais experientes não apenas enriquece as empresas com sua bagagem, mas também proporciona uma segunda chance para esses profissionais redefinirem seus objetivos e contribuírem para o crescimento econômico do país.
Mas o que mudou de fato? As empresas finalmente abriram as suas portas para os profissionais mais velhos? O inexorável envelhecimento da força de trabalho brasileira finalmente foi percebido por nossas organizações?
Etarismo no Trabalho: Números que Contradizem as Boas Novas
Analisando sob outro ângulo, o empreendedorismo sênior não pára de crescer. Sabemos que isso ocorre, em grande parte, devido à falta de oportunidades e ao etarismo nas organizações. Pessoas com mais de 50 anos não empreendem por sonho, mas sim por uma necessidade de sobrevivência. Os casos de contratação de profissionais maduros relatados na mídia são ainda escassos em comparação com o universo de empresas que demitem profissionais mais velhos, aqueles com mais “tempo de casa”.
É paradoxal observar a proliferação de vagas de estágio ou de aprendizes seniores, enquanto gestores experientes são demitidos. Além disso, muitas vezes essas vagas oferecem salários mais baixos, o que sugere que as empresas estão mais interessadas em reduzir custos do que em valorizar a experiência e a sabedoria dos profissionais mais velhos. A contratação de pessoas mais jovens, com salários mais baixos, pode ser uma estratégia para aumentar a lucratividade, mas também perpetua a exclusão dos profissionais mais experientes e a perda de conhecimento e habilidades valiosas.
Essa realidade destaca a necessidade de uma mudança cultural nas organizações, que valorize a diversidade etária e reconheça o potencial dos profissionais maduros. A falta de oportunidades e o etarismo não apenas afetam a vida profissional dos indivíduos, mas também têm implicações sociais e econômicas mais amplas. É fundamental que as empresas e a sociedade como um todo desenvolvam estratégias para promover a inclusão e o respeito à experiência dos profissionais mais velhos, e criar oportunidades para que eles possam contribuir com seu conhecimento e habilidades
Etarismo: um obstáculo que persiste
Infelizmente, a resposta à pergunta do título deste artigo é um desolador ‘não’. O etarismo e a falta de oportunidades para profissionais mais velhos são uma realidade que precisa ser enfrentada e mudada. É hora de reconhecer o valor da experiência e da sabedoria dos profissionais maduros e criar oportunidades para que eles possam contribuir com seu conhecimento e habilidades.