
Homens 60+: Novas Identidades em Construção
No capítulo que escrevi para o livro “O Futuro das Novas Masculinidades”, apresento a trajetória de B., um homem branco, cisgênero, heterossexual e com mais de 60 anos. Ao longo da narrativa, ele enfrenta os impactos do etarismo e da exclusão social. Esses desafios afetam diretamente sua identidade, sua autoestima e seu lugar na sociedade contemporânea. A partir dessa vivência, o texto convida à reflexão sobre como envelhecer sendo homem também exige reinvenção e coragem.
A narrativa começa com a pergunta provocativa: “Homem, Branco, Cis, Hétero, 60+: Cancelado? Essa questão instiga o leitor a refletir sobre os preconceitos e as dificuldades enfrentadas por homens dessa faixa etária.
O ” cancelamento” do Homem Maduro
B. simboliza uma geração de homens que, embora tenham construído carreiras promissoras, enfrentam a marginalização no mercado de trabalho após os 50 anos.
Essa exclusão revela como o etarismo compromete não apenas oportunidades profissionais, mas também a autoestima e o senso de pertencimento.
Ao longo do capítulo, investigo como o etarismo compromete e obscurece a visão de futuro de homens acima dos 60 anos. Em contrapartida, aponto para as dificuldades decompreensão e adaptação deste homem aos novos códigos e valores.
Ao evidenciar esse impacto, ressalto a urgência de exercitarmos uma maior empatia e enfrentarmos o preconceito para construir uma sociedade mais justa e verdadeiramente inclusiva.
Desafios Pessoais e Profissionais
A narrativa de B. é atravessada por desafios pessoais e profissionais que se entrelaçam ao longo de sua trajetória. Por um lado, ele enfrenta dificuldades para equilibrar as finanças. Além disso, lida com a escassez de oportunidades no mercado de trabalho. Esses obstáculos, somados, revelam uma realidade comum a muitos homens de sua geração, especialmente após os 50 anos. Assim, o capítulo convida à reflexão sobre como o etarismo impacta não apenas a vida profissional, mas também o bem-estar emocional e social.
O capítulo também aborda questões como a saúde física e mental, relacionamentos e finanças, pilares essenciais para um envelhecimento saudável. A procura por este equilíbrio mostra-se desgastante e, muitas vezes, desmotivadora para este homem que reluta em mudar a sua visão de mundo.
A Jornada de Reinvenção
Após um infarto provocado pelo estresse da vida executiva, B. passa a reavaliar suas prioridades. A partir desse momento, ele inicia uma busca por um equilíbrio mais saudável entre trabalho e vida pessoal. Consequentemente, essa jornada de reinvenção torna-se um dos pontos altos para reflexão sobre as dificuldades de adaptação dos Baby Boomers a este novo cenário.
De empregados a empreendedores, muitos homens acima dos 60 anos percorrem um caminho complexo de reinvenção pessoal e profissional.
Ao deixarem a estabilidade de cargos formais, enfrentam uma rotina marcada por múltiplos trabalhos, renda instável e a difícil administração do tempo. Apesar disso, os boletos continuam fixos: aluguel, telefone, internet, plano de saúde — e tantos outros que não esperam pela adaptação.
Nesse cenário, o empreendedorismo aparece mais como necessidade do que escolha.
Sem políticas públicas que acolham o envelhecimento ativo, esses homens precisam se reinventar para sobreviver. Consequentemente, o esforço para manter a autonomia financeira se torna um exercício diário de resiliência, criatividade e resistência ao etarismo estrutural.
Outras perspectivas que amplificam o debate
Além da trajetória de B., o livro reúne vozes plurais que ampliam o debate sobre inclusão e equidade. Cada autor mostra, com sensibilidade e profundidade, que os homens precisam estar presentes nessa conversa. As narrativas abordam temas como masculinidades negras, saúde emocional, vivências trans e homoafetivas, e economia do cuidado. Esses tópicos revelam as múltiplas formas de ser homem na sociedade contemporânea — e a urgência de repensar estereótipos.
O Futuro das Novas Masculinidades reúne experiências diversas e provoca reflexões profundas sobre os desafios enfrentados pelos homens em diferentes contextos sociais. Mais do que um convite à empatia, a obra propõe uma reconstrução coletiva de valores. Cuidado, escuta e vulnerabilidade deixam de ser tabu e passam a ser potência. É uma leitura urgente para quem acredita que uma sociedade mais justa começa por conversas corajosas.
Você encontra o livro no site da Editora BOC e nas principais livrarias do país. Se quiser um exemplar autografado, envie um e mail diretamente para fran@acalantis.com.br.