
Tsunami Prateado é o nome sugestivo de uma pesquisa recente realizada pela Pipe Social e Hype60+, com 2.242 participantes. O estudo apresenta hábitos de consumo, comportamento e tendências do mercado sênior brasileiro. Além de revelar dados relevantes sobre esse público, o mapeamento destaca mudanças provocadas pela longevidade, maior atenção à saúde, quebra de estereótipos negativos e ressignificação da velhice.
Hoje, o Brasil conta com pouco mais de 30 milhões de idosos — um número superior à população do Chile e do Uruguai somadas. Apesar disso, esse grupo segue invisível para grande parte do mercado, que insiste em ignorar suas demandas e seu poder de consumo.
Novas demandas de Produtos e Serviços para 60+
A pesquisa Tsunami Prateado revela novas demandas de consumo que vão muito além dos setores tradicionais, como saúde e seguros. A tecnologia, por exemplo, ocupa espaço crescente na rotina dos idosos. Eles usam aplicativos, fazem cursos online e participam ativamente das redes sociais. Esse público não quer ficar à margem — mas ainda são poucas as iniciativas voltadas para suas necessidades reais.
Os novos idosos consomem serviços de mobilidade urbana, como Uber e similares. Também assinam plataformas de streaming, como Netflix e Spotify, além de TV por assinatura. E sim, eles leem e compram pela internet com frequência. Apesar disso, o mercado ainda resiste em enxergar esse grupo como protagonista, ignorando seu poder de consumo e sua presença digital cada vez mais ativa.
O mercado da beleza também merece destaque. Produtos voltados para vaidade, estética e cuidados pessoais fazem parte da rotina dos idosos, que desejam manter boa aparência, cuidar da saúde e seguir hábitos de alimentação equilibrados. Esse setor parece mais atento às demandas dessa faixa etária, embora ainda existam muitas oportunidades pouco exploradas.
Mesmo assim, pessoas acima de 60 anos continuam se queixando da falta de produtos e serviços pensados para elas. O setor de vestuário é um exemplo claro: os novos idosos querem roupas bonitas, modernas e confortáveis, mas não as encontram com facilidade. Eles namoram online, têm vida sexual ativa, estudam e participam da vida social. Ainda assim, o mercado insiste em ignorá-los.
Esses padrões revelam que o etarismo — o preconceito de idade — continua presente nas empresas, na mídia e no consumo. Trata-se de um fenômeno cultural que limita a inclusão e reforça estereótipos. Mas será que ele resistirá à força do Tsunami Prateado?