Um jornal publicou matérias sobre o aumento da mão de obra 60+ e a escassez de jovens, confirmando a tendência dos debates etários nas organizações. À primeira vista, essas matérias confortam profissionais mais velhos, sugerindo que as empresas finalmente reconhecem seu valor e a urgência de mudar a mentalidade. Mas, não se enganem, ainda temos um longo caminho a percorrer nesta direção!
Uma das manchetes diz que o número é recorde, mas que o crescimento proporcional não mudou: otimismo fabricado para engajar, vender ou viralizar?

Aonde estão as vagas para 60+?
Informalidade: um destino quase certo para profissionais acima de 60 anos no Brasil
Mais da metade dos trabalhadores 60+ está na informalidade, forçada pelo baixo valor da aposentadoria e pelo etarismo que os exclui das empresas. Assim, trabalhadores idosos precisam se sujeitar a qualquer trabalho para complementar a sua renda, já que o etarismo os expulsa cedo demais do mercado formal.
Faltam indicadores
Poucas empresas medem avanços contra o etarismo. Sem valorizar quem sabe como, não definem indicadores nem investem: colhem o vazio que não querem pagar.
Recado para as lideranças
A queda na fecundidade é global. O Brasil tem taxa de 1,57, abaixo dos 2,1 necessários para reposição geracional: líderes, preocupem-se!
Os desafios impostos pela nova realidade demográfica do país para as empresas diante de uma oferta menor de trabalhadores mais jovens são muitos, a começar pelas práticas de recursos humanos, que envolvem a revisão das políticas organizacionais e sensibilização das lideranças com relação ao novo cenário.
Do talk para o walk
Reflexões realistas são urgentes. Superficialidade trava avanços. Líderes e RHs: sem trabalho sério e personalizado, o barato sai caro — receitas prontas não resolvem.