Fim da linha?
A expressão “fim da linha” é frequentemente usada de forma coloquial para se referir à fase final da vida, especialmente em relação a idosos. Porém, essa expressão transmite negatividade ao sugerir que a vida está no fim, sem perspectivas ou oportunidades de crescimento adiante.
Ao usarmos esse termo podemos gerar uma visão pessimista da velhice, ignorando a riqueza de experiências e sabedoria que os idosos oferecem. Além disso, reforçamos a ideia de que envelhecer significa declínio e perda, em vez de crescimento e realização pessoal. É importante questionar e ressignificar essa expressão, reconhecendo o valor e a dignidade de todas as fases da vida.
Por que falar de profissionais maduros?
Enquanto o envelhecimento populacional avança, os debates sobre a valorização dos profissionais mais velhos ganham força no Brasil. A partir de 2030, apenas os grupos com mais de 45 anos devem apresentar crescimento positivo no país.
Porém, os discursos precisam sair do papel e entrar de fato para a arena organizacional, pois ainda temos um longo caminho a percorrer. Uma pesquisa realizada pela FGV e PwC, revelou que pouco mais de 10% das empresas possuia práticas de Recrutamento e Seleção voltadas para este público.

Estereótipos negativos associados ao envelhecimento
Só a prática desconstrói os estereótipos negativos sobre profissionais mais velhos. Mitos sobre desmotivação, dificuldade com tecnologia e baixa inovação resistem a qualquer discurso.
Diante disso, precisamos questionar: todo profissional mais velho realmente se acomoda?
E a expressão “mais velho” também requer certo detalhamento, pois a velhice é um alvo em movimento, que, de acordo com Seccombe e Ishii-Kuntz (1991), se afasta à medida em que nos aproximamos dele.
Aposentadoria: o fim da linha profissional?
De um lado, o que se percebe no Brasil é que quanto mais o profissional se aproxima da idade da aposentadoria, mais velho ele se torna para a empresa. De outro, a aposentadoria pode trazer uma necessidade de mudança para o profissional, uma ânsia de realizar algo diferente, novo e talvez mais prazeroso.
A aposentadoria no Brasil ocorre cedo demais. Portanto, se vamos viver mais, é urgente repensar esses parâmetros e ampliar possibilidades.
Considerando os desafios futuros, precisamos propor novos modelos que conciliem escassez de mão de obra e longevidade profissional, tornando o ganha-ganha uma realidade possível.
Com isso, ampliamos as perspectivas e estendemos o que hoje ainda chamamos equivocadamente de “final da linha”.
Em suma, para que a aposentadoria não represente o fim da linha, adotar horários flexíveis, contratos por projetos e equipes diversas pode ser um excelente recomeço.
(Artigo publicado no Jornal Metrô News em 28/03/2016)
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