Oportunidades para Marcas e Negócios

Matéria do Estadão destaca potencial de consumo das 29 milhões de brasileiras acima de 50 anos, uma força econômica significativa ainda pouco explorada: https://www.estadao.com.br/pme/saude-sexual-mulher-madura-negocios/ .

Apesar da relevância numérica e do crescente poder de compra, esse mercado consumidor 50+ permanece pouco explorado. Há uma lacuna evidente entre as demandas reais dessas mulheres e as ofertas disponíveis em produtos e serviços. Nesse cenário, surgem oportunidades para quem deseja inovar, reposicionar estratégias e atender com mais sensibilidade e inteligência um público heterogêneo. Elas querem ser vistas, respeitadas e bem atendidas.

Um exemplo disso é o mercado de negócios focados no bem-estar e saúde sexual, que prospera na Europa e Estados Unidos. Por aqui, temas como menopausa, sexualidade e empoderamento da mulher madura permanecem pouco discutidos.

A cara da nova mulher 50+

Somos mulheres ativas e exigimos soluções que realmente nos atendam. Mais do que nunca, deixamos de esconder nossa idade — temos orgulho dela. Ainda assim, o medo do envelhecimento e da exclusão que pode vir como efeito rebote nos acompanha. O etarismo nos ronda e, através de suas lentes distorcidas, tentamos compreender as incongruências entre a imagem que construímos e aquela que o olhar social insiste em projetar.

Embora compartilhemos transformações comuns, como as mudanças físicas e emocionais trazidas pela menopausa, somos um grupo diverso. De modo geral, estamos exaustas de tentar corresponder às expectativas sociais impostas ao nosso envelhecimento — e essa pressão vai muito além da escolha entre assumir ou esconder os cabelos brancos. Nesse contexto, o desejo de sermos vistas como inteiras, potentes e múltiplas se torna urgente.

O etarismo pede passagem

Na moda, algumas marcas já começaram a reconhecer que não queremos mais seguir o padrão estético da juventude eterna que nos foi imposto por décadas. Ainda assim, essas iniciativas são exceções em um mercado que continua a privilegiar corpos jovens e narrativas de beleza padronizada. Enquanto isso, mulheres maduras seguem sub-representadas em campanhas publicitárias, vitrines e coleções — como se o estilo e o desejo de se expressar desaparecessem com a idade. Se o tema “Moda para Mulheres Maduras” te agrada, leia também: https://www.estadao.com.br/cultura/gilberto-amendola/hoje-nao-faz-sentido-uma-pessoa-de-40-anos-ser-considerada-velha/

No mercado de trabalho, o cenário não é muito diferente. Muitas empresas ainda ignoram nosso repertório, nossa experiência e nosso potencial de entrega. Preconceitos de gênero e idade se cruzam, resultando em salários baixos, baixa autoestima e exclusão, criando um ciclo tóxico para mulheres mais velhas.

Além disso, essa dupla discriminação reforça estereótipos ultrapassados que associam envelhecimento feminino à perda de relevância. Ignorar o valor das mulheres maduras é não apenas injusto, mas também um erro estratégico. Somos consumidoras conscientes, profissionais qualificadas e agentes de transformação social. Reconhecer isso é o primeiro passo para construir ambientes mais diversos, marcas mais autênticas e uma sociedade que valorize todas as fases da vida.

Valorizar o potencial das mulheres maduras

Vivemos em uma sociedade que sustenta estruturas machistas e etaristas, e ainda enxerga o envelhecimento feminino com preconceito e desvalorização. Mesmo com alguns avanços, seguimos enfrentando um longo caminho. As mulheres maduras precisam ocupar o papel de protagonistas — no mercado de trabalho, na moda, na mídia e, sobretudo, no consumo.

Valorizar esse público não é apenas uma questão de justiça social, mas também uma oportunidade estratégica para marcas e empresas que desejam se conectar com um segmento potente, exigente e em plena expansão. Nesse contexto, reconhecer o potencial de consumo das mulheres maduras é mais do que uma tendência: é o primeiro passo para construir uma sociedade mais inclusiva, plural e economicamente inteligente.

Se quiser ler mais sobre os impactos do etarismo nas mulheres, clique aqui: https://etarismo.com.br/o-etarismo-ao-longo-da-vida-das-mulheres/