A Idade da Mente: Como Nossos Pensamentos Limitam o Nosso Potencial

Etarismo é o preconceito de idade, atingindo, com mais força pessoas idosas. Suas raízes estão em estereótipos negativos relacionados ao envelhecimento, especialmente em nossa cultura, que enfatiza a questão do declínio cognitivo frente à idade. E auto-etarismo, você já ouviu falar?

Autoetarismo é a internalização de estereótipos e preconceitos relacionados à idade. Quando isso acontece, a própria pessoa limita suas capacidades e oportunidades por acreditar que sua idade representa um obstáculo. Essa crença pode gerar uma profecia autorrealizável: expectativas negativas sobre o envelhecimento acabam se confirmando, não por causa da idade em si, mas pelas atitudes influenciadas por essas ideias.

Além de afetar a autoestima, esse processo compromete a motivação e, com o tempo, impacta também a saúde física e mental. Como consequência, muitos deixam de buscar novos aprendizados, evitam desafios e se afastam de ambientes sociais e profissionais. Tudo isso ocorre porque acreditam que “já não têm mais idade para isso”.

Aos poucos, ao aceitar esses estereótipos como verdades absolutas, o indivíduo reforça o ciclo do etarismo. E, sem perceber, contribui para sua própria exclusão. Por isso, romper com essa lógica exige consciência, acesso à informação e, sobretudo, ambientes que valorizem todas as fases da vida..

Verdades engraçadas das quais não se pode escapar

O etarismo pode prejudicar diretamente a longevidade, especialmente quando os estereótipos negativos sobre o envelhecimento são internalizados. Mas afinal, quais são esses estereótipos e quem os reproduz?

Entre os mais comuns, estão a perda de memória, a redução da agilidade física e mental, a dificuldade de compreensão e a perda de audição. Esses padrões criam uma imagem distorcida e limitante: a de que todo idoso, inevitavelmente, se tornará atrapalhado e incapaz — independentemente de qualquer ação preventiva. Essa visão não apenas desvaloriza o envelhecimento, como também reforça crenças que afetam a saúde, a autoestima e a participação social dos mais velhos.

O problema se intensifica quando observamos quem acredita nesse suposto declínio. Crianças, adultos, idosos e até profissionais da saúde — que deveriam combater o preconceito — acabam reforçando estereótipos negativos sobre o envelhecimento. Muitos tratam essas ideias como “verdades engraçadas das quais não se pode escapar”, o que contribui para a naturalização do etarismo. Esse comportamento gera estresse, ansiedade e insegurança em quem começa a perceber os sinais da idade.

O Efeito Pigmalião: Quando as Expectativas Influenciam o Resultado

Ao acreditar nessas falsas verdades, as pessoas deixam de investir em atitudes preventivas ou tratamentos adequados. Afinal, se o envelhecimento é sinônimo de perda inevitável, por que tentar mudar? Essa lógica cria um ciclo nocivo: a crença no declínio provoca justamente os efeitos que se queria evitar. O autoetarismo, nesse contexto, transforma o preconceito em realidade — mesmo quando há caminhos possíveis para uma longevidade ativa e saudável.

Toda crença limitante sobre a idade é uma semente: quanto mais você rega, mais ela cresce e sufoca seu potencial!

Fran Winandy

A boa notícia é que existem formas de neutralizar este processo. Pesquisas demonstram que, assim como os estereótipos negativos podem ter efeitos ruins sobre a saúde mental e física dos idosos, estereótipos e visões positivas sobre o processo de envelhecimento podem neutralizar isso! Para tanto, temos que desmistificar estes aspectos negativos e promover um ambiente de inclusão nas empresas, família e sociedade. Comece hoje: não brinque mais com esse assunto!

Fran Winandy, 2018