Desempenho e Juventude: o grande estereótipo
A cultura do esporte enfatiza desempenho e juventude, trazendo a crença de que atletas mais velhos são menos capazes. Dificuldades para conseguir patrocínios e oportunidades de trabalho são apenas a ponta do iceberg trazidos pelo etarismo nos Esportes.
Em um rápido paralelo com o nosso universo organizacional, veremos que nada disso é novidade: profissionais mais velhos também carregam consigo estereótipos negativos relacionados ao envelhecimento, como dificuldades de aprendizado e perda de produtividade. O etarismo nas organizações deixa cerca de 95% das pessoas acima de 50 anos que trabalham no Brasil de fora do mercado formal (IBGE, 2022).
Com que idade um atleta fica velho?
Individualmente, a idade é um alvo em movimento, que se afasta na medida em que nos aproximamos dele: quem se considera velho demais para fazer algo que domina?
Planejamento de Carreira no Esporte: isso é possível?
Jogador, técnico, escritor, coach e palestrante, aos 64 anos um símbolo de sucesso no Esporte brasileiro. Estamos falando de Bernardinho, que em seu livro “Transformando suor em ouro” nos mostra que aplicar teorias de administração de empresas ao estilo de liderança talvez tenha sido o “pulo do gato” para consolidar sua performance vitoriosa
Nyad, o filme: um ponto fora da curva
O filme Nyad, em cartaz na Netflix, retrata a história da atleta Diana Nyad, que em 2013 consegue finalmente atravessar a nado o estreito de Flórida, trecho de mar aberto que separa Cuba dos Estados Unidos, após quatro tentativas frustradas. Polêmicas à parte sobre sua história, o que mais chama a atenção nesta produção norte americana? A idade da atleta ao cumprir o feito: 64 anos. Além de sua persistência, claro.
Etarismo, um novo nome para um velho preconceito
A frase acima designa o nome do meu livro lançado em 2021 sobre o tema Etarismo, palavra que só agora foi adicionada formalmente ao nosso idioma pela Academia Brasileira de Letras. O etarismo é o preconceito de idade, que pode atingir qualquer pessoa ao longo da vida, mas que é praticado, na maior parte das vezes, contra pessoas idosas.
Estresse de performance, envelhecimento e outros que tais
Atletas são submetidos à alto grau de pressão: o equilíbrio emocional e saúde mental são questões relegadas à um segundo plano e tendem a cobrar o seu preço, especialmente nos momentos críticos de suas carreiras. Além disso, a tendencia a exceder limites físicos e psicológicos pode trazer desequilíbrios metabólicos, na chamada síndrome do excesso de treinamento ou overtraining.
Afinal, a carreira de atleta é mesmo curta?
A resposta a esta pergunta é complexa e individual, pois embora seja senso comum afirmar que “atleta tem carreira curta”, a trajetória de um esportista pode envolver atuações em diferentes frentes.
A bifurcação da trajetória do atleta para uma posição de gestão é também uma alternativa viável, assim como qualquer outro caminho de interesse, desde que haja preparo para que isso ocorra.
É certo que vamos viver mais. Com o prolongamento da longevidade, é de se esperar que os parâmetros etários sejam estendidos para todas as atividades, incluindo profissionais e esportivas. Maiores cuidados com a saúde contribuem para isso, assim como o combate ao etarismo.
Fran Winandy para o Blog HSM em 12/2023 – Leia aqui o texto completo: https://www.revistahsm.com.br/post/desempenho-e-juventude-o-estereotipo-a-superar