Você já ouviu falar na ” Síndrome do Domingo Eterno”?
Você já ouviu falar na síndrome do domingo eterno? O termo foi criado para traduzir o sentimento de vazio que muitas pessoas enfrentam após se aposentarem. A depressão pós aposentadoria não se manifesta apenas como tristeza, mas como uma sensação de mesmice — como se todo dia fosse um domingo sem fim.
Imagine estar em casa, se é que você tem uma, sem recursos financeiros e sem propósito. Essa é a realidade de boa parte dos brasileiros, que mal conseguem sobreviver, quanto mais guardar dinheiro para a aposentadoria.
Sintomas Ignorados
Sintomas como dores no corpo, insônia, lapsos de memória, perda de apetite e dificuldade de concentração são comuns. Segundo matéria publicada hoje no Jornal O Estado de São Paulo, os caminhos para prevenção incluem antidepressivos, resgate de sonhos antigos e, principalmente, planejamento.
Por que é difícil se preparar para a Aposentadoria?
O primeiro aspecto é o o timing: no Brasil, aposentamos cedo demais. Nossa expectativa de vida aumentou:
teremos que viver 25/30 anos num eterno domingo. Além de sobreviver ao tédio, sobreviveremos à questão financeira imposta por estes anos de ócio profissional?
A questão financeira preocupa a grande maioria das pessoas. Como integrantes da chamada “Geração Sanduíche”, nossa capacidade de poupar é constantemente afetada pela ajuda financeira que oferecemos aos filhos — que, por sua vez, demoram a sair de casa ou retornam tardiamente, muitas vezes acompanhados de seus próprios filhos, nossos netos. Ao mesmo tempo, cuidamos também dos nossos pais, o que amplia ainda mais nossa sobrecarga emocional e econômica.
Diante desse cenário, voltamos à pergunta central: estaremos realmente preparados quando chegar a nossa vez?
🚫 Etarismo e exclusão no mercado de trabalho
Trabalho, finanças, ocupação. O etarismo nos expulsa do mercado formal de trabalho perto dos 50 (apenas 3 a 5% da população brasileira acima de 50 anos que trabalha está em empresas – IBGE, 2022), portanto, nossa ansiedade com relação ao assunto começa bem antes. Junte-se a isso a desvalorização ($) do trabalho realizado por pessoas idosas (“queremos você, mas não temos budget”) e voltamos à pergunta que é o cerne desta reflexão: como se planejar para isso?
Isso sem mencionar os custos que temos e teremos com assistência médica, algo que nos assombra.
O que podemos fazer para mudar este cenário?
Temos que partir para a ação!
Se você está dentro de uma empresa, que tal contratar pessoas idosas?
Você pode fazer a diferença para alguém. Isso também pode ser um diferencial para o seu futuro.
Planejamento financeiro é complexo, mas poupar ajuda a reduzir a ansiedade. Cuide do corpo, da mente, crie laços. Não seja aquela pessoa que só procura os outros quando precisa.
Valorize a bagagem e o repertório das pessoas. Faça propostas de trabalho baseadas no ganha-ganha. Seja justo: não leve três meses para pagar um fornecedor. Seja uma boa pessoa. Porque o que realmente faz mal à saúde — é lidar com a falta de transparência.
