Tingir os cabelos, fazer uso de cremes e procedimentos estéticos para atenuar rugas e marcas de expressão, recursos muito usados por homens e mulheres para retardar as marcas do envelhecimento, não são mais suficientes para conter as dificuldades dos profissionais mais velhos em conseguir um emprego.

Quais são os diferenciais trazidos por sua experiência e repertório?

O teto grisalho do Mercado de Trabalho

O desemprego cresce num ritmo sem precedentes no Brasil, com estimativas bastante pessimistas para os próximos meses e em nada facilitado por nossa legislação trabalhista.

Políticas relacionadas à idade são praticamente inexistentes nas empresas, exceto a aposentadoria compulsória, que costuma acontecer com pessoas de 60 a 65 anos. Sim, temos um teto grisalho e é um tabu falar dele. Como uma curva normal, nossa trajetória vem num crescente durante a vida e, de repente, somos convidados a nos retirar.https://etarismo.com.br/o-teto-grisalho-nas-organizacoes/

A solução, para boa parte dos desempregados é recorrer ao mercado informal, reduto tradicionalmente ocupado pela mão de obra grisalha, que, em função do etarismo das organizações, já vinha se acostumando a aceitar propostas de trabalho fora dos padrões tradicionais.

Com a concorrência acirrada pela enxurrada de profissionais mais novos em busca de trabalho, o Mercado vai se estreitando e os trabalhadores mais velhos que nunca pensaram num “Plano B”, percebem que precisam se reinventar, pois o Governo dificilmente será um aliado frente ao problema, especialmente neste momento.

Mas, como se preparar para a crise quando a estamos vivenciando? O discurso de que crise é igual a oportunidade pipoca nas palestras, livros e mensagens de auto ajuda, mas como acreditar nisto quando os recursos vão se tornando escassos e as perspectivas mais sombrias?

O etarismo é grave e está aí, concreto, palpável. O que fazer?

Não existe uma fórmula, mas ser pessimista só atrapalha num momento de crise como este. Ser realista, sim, é fundamental para montar um ” plano B” escolhendo alternativas viáveis, aproveitando este momento para abrir novos caminhos, ativar as redes de relacionamento e aperfeiçoar competências.

Se você se encontra neste momento, aí vão algumas dicas, apoiadas em casos reais que tenho acompanhado nos últimos meses. Se não for o seu caso, esteja preparado, pois é sempre mais fácil lidar com problemas para os quais nos antecipamos.

Agumas dicas para você!

Pense no que você gosta de fazer e faz bem, de preferência melhor do que a maioria das pessoas que você conhece. Reflita sobre como essa competência poderia ser usada em novos cenários e, se necessário, aprofunde, estude, aperfeiçoe: torne-se o melhor!

Veja como sua experiência e repertório poderiam ser utilizados de forma rentável. Faça um brainstorm, pergunte aos seus familiares e amigos, procure na internet. Uma pessoa que conheço, chefe de cozinha, lançou um serviço de treinamento de cozinheiras personalizado para fazer frente à diminuição do número de clientes; outra começou a oferecer serviços de dog walking no bairro em que mora; um amigo fez um curso de Coaching e está encantado com as novas possibilidades de trabalho…

As portas vão se abrindo à medida que sua cabeça o faz!

Após escolher o que irá fazer, estruture o seu projeto e divulge, mas esteja aberto à novas idéias, caso precise adaptar o seu serviço ou produto ao Mercado. Conte aos amigos, use as redes sociais, anuncie em grupos, murais. Procure se colocar no lugar do seu futuro cliente e pense qual será o diferencial que irá fazer com que ele opte por você.

Customize, seja criativo e não se esqueça dos seus diferencias trazidos por sua experiência e repertório. Pense em algo que só você irá oferecer. Quem sabe não é este o momento de virar a mesa e investir para ser mais feliz no futuro?