Mulher, casada, duas filhas, empreendedora dentro e fora da empresa desde muito jovem. Baby-sitter e monitora de festas infantis dos 14 aos 21, professora de francês dos 18 aos 20, carreira na área de RH em empresas e bancos dos 21 aos 32, com vários tipos de negócio próprio desde os 33, dos quais três com relativo sucesso: Acalântis, Alludere e Alma Viva Viagens.
Estudos? Só tomei gosto depois da faculdade, quando percebi que poderiam agregar algo interessante ao meu trabalho e propósito. Antes disso, a escola para mim sempre foi um grande espaço para relacionamentos: tenho grandes amigos de todas as etapas escolares!. As notas nunca foram grande coisa, até chegar no curso de Psicologia, que eu amei. Logo no início do segundo ano passei para a turma da noite, pois consegui estágio em um Banco, no terceiro já fui efetivada chefe da área de seleção de pessoal e aos 32, já como gerente da área de planejamento e desenvolvimento de RH de uma grande empresa, decidi empreender, na esperança de ter mais tempo para me dedicar às minhas filhas.
Gerente de Castelo foi a primeira vaga que fiz como empreendedora. Não, não era um príncipe. Castelo moderno, dentro de uma vinícola no Sul do país, pedia um perfil de candidato especial: entender de vinhos, gostar de gente e ter uma pegada de Marketing, já que o tal castelo era aberto a visitação e oferecia programas de degustação ao público. Não percebi, mas já era uma pista do que viria mais de 20 anos depois, quando montei uma consultoria de viagens enogastronômicas, outro assunto que adoro. Como dizem por aí, nada é por acaso nessa vida!.
Voltando ao Castelo, a Acalântis surgiu assim, meio de repente, em 1996, da necessidade que tive de emitir notas fiscais para meus primeiros clientes de hunting. De lá para cá tivemos vários tamanhos e focos. Começamos fazendo hunting para vagas especialistas e gerenciais, coisa que não era comum na época. Depois, passamos a atuar em projetos de treinamento e desenvolvimento, hunting para cargos mais altos e vagas mais difíceis, projetos de desenvolvimento para profissionalização de ONGs, gestão de desempenho e potencial e por aí afora. Sempre com uma pegada personalizada, humanizada e inovadora, por mais que isso pareça cliché: não se sobrevive como empreendedora tanto tempo neste país se não tiver um diferencial!
Mas não estou aqui para fazer propaganda da Acalântis, quero falar da Fran candidata. Ou melhor, potencial candidata. Aos 58, com essa bagagem, será que eu conseguiria um emprego interessante e bem remunerado? Por que sou assim, voltada para pessoas, participativa e gosto de inovar: para quem conhece o MBTI, sou uma ENTP raiz. Não sou boa em seguir padrões.
Comecei a mudar o escopo da Acalântis há 8 anos atrás, mirando na Diversidade Etária. Sei que meu repertório em RH agrega nessa área. Estudei, me preparei, ampliei minha rede de contatos e planejei minha transição e a das pessoas da minha equipe. Hoje trabalho com isso: atendo pessoas em processos de Transição de Carreira e empresas em implantação de Programas de Diversidade Etária: trabalho em parceria com pessoas e/ou consultorias. Dou aulas de Desenvolvimento de Pessoas, Carreiras e Diversidade Etária na Pós. Sou palestrante e tenho um blog sobre Etarismo nas Organizações (www.etarismo.com.br).
Gosto de me considerar uma ativista contra o etarismo, embora saiba que poderia fazer mais pela causa. Escrevo. Aliás o meu livro sobre Etarismo será lançado em breve! Amo escrever, mas gosto de ser independente financeiramente, por isso, faço outras coisas também. Talvez não agreguem ao meu currículo, mas eventualmente faço trabalhos como modelo 50+ e sigo desenhando roteiros enogastronômicos para vinícolas em Mendoza.Uma das coisas que a maturidade me trouxe foi o autoconhecimento e a tranquilidade de me apresentar como sou, sem a preocupação de agradar a todos. Tenho repertório e senso crítico. Sei que posso contribuir. Por isso, pergunto de novo: será que a sua empresa teria interesse em contratar alguém assim? Em caso positivo, pense nas milhares de Frans que batem à sua porta e não têm a chance de se apresentar. Nas pessoas 50+ que poderiam somar experiência ao seu time mas permanecem invisíveis. Hoje são elas, amanhã poderá ser você. Portanto, te convido a fazer parte do nosso movimento #contraoetarismo: traga um profissional 50+ para o seu time!
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