Neste final de semana a reportagem de capa de um grande jornal de São Paulo chamava a atenção sob o título: “Empreendedores buscam lucro com ética”. A matéria, contrapunha os desmandos pouco éticos de nosso cenário político com uma nova modalidade de empreendedorismo cujo propósito seria fazer do Brasil um país melhor. Isto se daria através da formação de empreendedores com padrões íntegros de conduta, que pretendem atuar em seus negócios de maneira ética e com escrúpulos.
De acordo com a matéria, o processo seletivo para a participação neste seleto grupo avalia a postura íntegra na vida e nos negócios, olhar este que pode ser um tanto subjetivo, pois para participar deste grupo, a idade é um elemento de corte, já que estes empresários, ou, como são denominados, jovens empresários, não podem ter mais de 40 anos.
Será que nesta ética está implícita que aos 41 anos, ou, sendo menos radical, aos 45 anos, o profissional já é velho demais para contribuir num grupo ético de empreendedores? E, o mais preocupante, será que estes jovens empreendedores se preocupam em incentivar a diversidade em seus quadros, contratando, treinando e promovendo profissionais mais velhos? Porque, certamente, eles não restringem seus clientes pela faixa etária.